Dia 3 (Uma Alma num Contrato)


Dia 3 (quarta-feira)

         A madrugada surge. A Natacha acorda sonolenta e olha para o relógio. Abre e fecha os olhos com força ao constatar ser tão cedo. Desliga a luz mas, não consegue dormir.
         - Desisto.
         Vai até à cozinha. Tira um copo do armário e vai até ao lavatório a pensar em água. Estava a levar a mão à torneira quando um fio de água começa a correr.
         Cai de joelhos no chão e fica a olhar para o fio.

         - Mais… - sussurra e obedientemente começa a vir mais água.
         Sem expressão coloca o copo por baixo da torneira e observa a água a enchê-lo. Quando no limite ela ordena mentalmente que pare. A água deixa de correr.
         Agarra no copo com ambas as mãos e assombrada e maravilhada fica a olhar para ele.
         Bebe e caminha até à varanda.
         - Será que o que aconteceu no outro dia não foi apenas coincidência?
         Não havia uma única aragem e um silêncio profundo envolvia-a.
         - Eu não acredito em magia, em nada disso… Tenho de estar a sonhar obviamente.
         Respirando fundo, chama o vento. Uma ventania repentina faz o seu cabelo esvoaçar e uma lágrima escorre-lhe pela face. Limpa-a rapidamente mas, acaba a chorar compulsivamente.
         - Eu quero acordar…
         Natacha não sonhava, mas estava convencida disso.
        
         No caminho para a escola cruza-se com Marco e Félix e nem se dá conta. Eles vão à frente dela a conversarem.
         - Olá Natacha.
         Quando ela realmente olha para eles é que se apercebe do quanto distraída ia.
         - Olá Marco… olá Félix.
         - Desculpa ter-te metido naquela alhada.
         - Não tem importância.
     - Está tudo bem mesmo? – insiste Félix. – Não devia ter dito nada.
     - Sim. – Ela evitava olhar para ele.
     - Os polícias foram chatos?
     - Um pouco.
     - Eles estão a levar isto a sério. – diz Félix a Marco. – São capazes de ir mais longe.
     - Eles morrem de medo da floresta. – reflete Marco. – Não iriam lá.
     Natacha escuta confusa.
     - Marco? – avisa-lhe Félix da Natacha.
     - Natacha, o Félix é um burro ao pôr-te em alhadas. Não lhe ligues. Tens de perceber que ele estava fragilizado, então temos de lhe dar o desconto.
     Félix não acha piada ao comentário mesmo que tenha tido um propósito no bom sentido.
    - Adeus Natacha. Desculpa mas, eu e o Marco temos de nos apressar a ir para a escola. – diz sorrindo e puxando Marco para longe.
    Ela sente a cara a arder e pára.          
    Na escola Julieta tem de a agarrar nos ombros e abaná-la para ter a atenção dela.
    - Natacha! Que se passa? Estás mais inexpressiva do que é costume.
    - Disseste alguma coisa? – pergunta com a mesma expressão inexpressiva.
    - Ah! – Julieta leva as mãos à cabeça. – William faz alguma coisa.
Ele encolhe os ombros e tira o telemóvel do bolso, carrega em algumas teclas, espera e começa a ouvir-se o toque de Natacha. Ela vai buscar o seu telemóvel instantaneamente e olha para o ecrã.
    - Sim, William, que queres? – pergunta sorrindo para ele e voltando a guardar o telemóvel.
    - Nada. – responde também a sorrir.
    Julieta bate palmas discretamente e começa a falar com Natacha.
   William observa o jardim, onde se encontravam, e as pessoas que estão a conviver debaixo da copa das árvores. Um grupo de rapazes joga às cartas. Vai ter com eles e vê que estão a apostar.
    - Quem ganhar este jogo é quem fala com… - o rapaz cala-se ao ver que têm companhia.
    - Boas. Posso me juntar a vocês?
    - Não sei. – responde o que estava de costas.
    William está para se afastar quando o primeiro o convida a sentar-se num lugar ao lado dele.
   - Então o que estavas para dizer à bocado, Duarte? – pede outro.
   - Não leves a mal, William mas, o que eu estava a dizer à bocado era que quem ganhasse falava com a Natacha.
   - A Natacha?
   - Sim. A menina loura de olhos verdes é a Natacha, certo? – e olha para o local onde ela está.
   - Sim, ela é minha amiga.
   - Pois, a tua amiga é motivo de discórdia entre nós.
   William levanta-se e olha os três rapazes à frente dele.
   - Vou fingir que não ouvi.

(…)   
Finalmente postei o capítulo. ^^"  Não gostei do resultado. Não revi por isso se algo estiver mal avisem ok? Mesmo assim espero que tenham gostado e que saibam que a vossa opinião é muito importante. Que acharam?

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