História!!
Bem o blog anda um bocado parado... estou quase de férias!!! =D E a C.C deu-me a ideia de postar a nossa história aqui... Achei uma excelente ideia XD Espero que gostem. Comentem! Ficaremos muito contentes. ^^
Noite 1
domingo (Prólogo)
Um vento gélido soprava. Um edifício
imponente erguia-se da floresta. Era noite. Uma noite envolta em mistério,
iluminada pela lua crescente e pelas luzes que vinham das grandes janelas.
Numa sala do 1º andar ricamente
decorada estava uma rapariga sentada numa poltrona alta. Com a cabeça inclinada
para a frente, o cabelo caia-lhe para a cara não deixando ver os olhos. Tinha
um longo cabelo cor da noite. Vestida de preto da cabeça aos pés com um vestido
que lhe assentava lindamente.
A única iluminação era a lua que
brilhava por trás dela.
O som de um violino fazia-se ouvir na
sala ao lado. Intenso e numa melodia perfeita.
Das sombras da sala surgiu um rapaz
também ele vestido de preto. Vinha a sorrir. Atravessou o salão e pôs-se atrás
do cadeirão de modo a conseguir ver a jovem.
- Diz-me. Não sou um estorvo, pois não?
- Não. A sua presença para nós homens
é uma dádiva.
- Pena. Tenho pena das outras
mulheres. Elas invejam-me. É uma crueldade ter-vos só para mim. – disse ela
sorrindo.
- Não. Nós assim o escolhemos, seremos
seus para sempre.
E mais rapazes aparecem saídos das
sombras.
Ela ergueu a cabeça e os seus olhos
verdes percorreram a sala. Levantou-se e as suas asas brancas resplandecentes
abriram-se nas suas costas. O seu sorriso alargou-se:
- Vocês são a minha maior alegria.
Dia 1 (segunda)
Uns
pezitos percorrem o quarto e sobem para a cama.
-
Horas de acordar! A mãe está com os cabelos em pé.
-
Sai daqui. Deixa-me dormir. Para de saltar na cama.
-
Está bem, mas não digas que eu não te avisei. Vou dizer à mãe.
-
Volta aqui, diabinho!
Natacha
sai da cama um pouco zonza e vai subir os estores. Ainda consegue vislumbrar o
carro do pai a dobrar a esquina da rua.
Ela
tinha teste nesse dia mas ao invés de sentir a cabeça pesada sentia-a leve como
se a matéria tivesse evaporado durante o sono. Começava a sentir-se nervosa a
cada segundo que passava.
O
irmão eléctrico como sempre insistia em chateá-la pelo apartamento.
O
prédio onde ela vivia situava-se perto de uma grande floresta que era o único lugar
que se sabia quase intocável pelo homem na sua cidade.
Por
uma razão desconhecida as pessoas evitavam a floresta havendo projectos de
grandes empresários e engenheiros abandonados.
Contudo,
todos os dias Natacha caminhava uns longos metros lado a lado com a floresta, e
também todos os dias ela tinha uma sensação estranha que ali algo irradiava um
poder, que a seu ver achava mágico e que era a única explicação para as pessoas
a evitarem.
Os
nervos continuaram até ela estar sentada na sua carteira ao pé da janela e com
o teste à frente.
Tinha
acabado o teste confiante que lhe tinha corrido bem.
No
resto do tempo ocupou-o a olhar pela janela enquanto alguns colegas ainda
acabavam de fazer o teste.
A
turma tinha diminuído os elementos masculinos.
Podia
ser normal se alguém soubesse o paradeiro deles e não andassem polícias à
procura. Os pais andavam preocupados, a escola em alerta e a cidade perplexa
com os desaparecimentos.
A
Natacha também, especialmente se Félix desaparecesse. Esse medo surgiu-lhe
novamente e ela teve de verificar se ele continuava na sala. E sim, ele estava
lá, no outro extremo com as mãos na cabeça e o olhar fixo no teste.
Ela
suspirou de alívio e voltou-se novamente para a janela.
O
dia foi passando como habitualmente com ela a fazer as mesmas coisas de sempre.
Era um tédio constante que a fazia
perder-se em fantasias cada vez mais surreais.
Os amigos dizem que ela é uma
sonhadora.
- Não, não sou! Sonhar é perder tempo.
Eu acredito piamente nisso.
- Tu sonhas enquanto dormes e não
estás a perder tempo. – comenta a Julieta.
- Vocês estavam a falar de sonhar
acordada! Eu esses não controlo.
- Nem os outros. – acrescenta o
William divertido.
- Mentira! Já disse que é mentira. Eu
não sou uma sonhadora. Os sonhos são o lado mau da vida.
- Como queiras. Só perdes.
À saída da escola ela ia distraída e
bate contra Marco, o melhor amigo do Félix. Fica tão atrapalhada que ele desata
a rir.
- Desculpa, desculpa. Eu devia ver por
onde ando… Porque te ris, não tem graça.
- Por nada. Eu é que tenho de ter
atenção.
- Mas Marco, eu é que ia distraída.
- Sim e eu pensava que te ias desviar.
Normalmente é o que fazes sempre. Desvias-te de toda a gente.
- É que eu… não… é hábito… não sei.
Adeus.
Marco observa-a a correr pelo passeio
fora.
- Ela é tímida.
- Quem? A Natacha? – pergunta-lhe o
Félix que chega ao pé de Marco nesse momento.
- Sim, a Natacha.
- Não acho que seja. Se calhar gosta
de ti, Marco. – supõe Félix atirando-lhe o skate.
- Obrigado. Nã. Ela deve ser tímida.
Parque central?
- Passamos pelo café primeiro?
- Gelado.
- Sempre.
Chega a casa arrasada pela corrida,
que estava vazia. Ela foi buscar um iogurte e caminhou até à varanda.
Levantou-se um vento forte e frio
vindo da floresta.
- Vento deixa-me ficar aqui
descansadinha sentada a apreciar este iogurte amargo e estas paisagens urbanas
estranhas, por favor. – pede ela esfregando os braços descobertos,
E o vento deixa de se sentir de
repente.
- Obrigada.
Ela abana a cabeça surpreendida e
levanta-se logo.
- Que coincidência estranha. Exacto,
foi só uma coincidência.
Volta a sentar-se a gozar consigo
mesma.
- Uma coincidência.
Marco e Félix pagam os gelados e saiem
do café já em cima dos skates. Ouvem o dono deste a gritar com eles mas não se
importam. Fazem-no sempre. Tiveram o azar de ele estar lá naquele dia.
- O Elói anda desaparecido há imenso
tempo. – diz o Félix olhando para o gelado por comer.
- Já não o vemos há quanto tempo?
- Uma semana.
- Isso não é imenso tempo.
Félix encara-o com uma cara séria e de
repreendimento.
- Ou se calhar é. – corrige-se Marco
rapidamente.
Fim da primeira parte...
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